A Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador visitou, na manhã desta terça-feira (22), o terreiro de candomblé Hunkpame Savalu Vodun Zo Kwe, no Curuzu. O objetivo foi ouvir o líder espiritual doté Amilton Costa sobre a invasão do templo por policiais militares, na última quinta-feira (17), durante operação no bairro da Liberdade.
Os vereadores Moisés Rocha (PT), presidente do colegiado, Luiz Carlos Suíca (PT) e Silvio Humberto (PSB), repudiaram o caso e pediram apuração e punição para os envolvidos. “Toda a estrutura da Câmara está à disposição do terreiro. Estamos indignados com esse caso e vamos cobrar apuração para este flagrante de racismo institucional e intolerância religiosa”, afirmou Moisés.
Violação – Suíca frisou que a corporação pediu desculpas aos líderes e frequentadores do terreiro, mas ponderou que a angústia e o medo continuam: “Não podemos considerar normal que o ‘olho do Estado’ trate cidadãos dessa maneira. O pai de santo disse que foi chamado de vagabundo com uma arma apontada para ele. Isso caracteriza, além de uma nítida afronta à cidadania, racismo institucional e intolerância religiosa”.
Para Silvio Humberto, a questão não pode ser deixada sem respostas pelas autoridades. “Estamos aqui no terreiro Vodun Zo Kwe para externar a nossa solidariedade e indignação contra esta grave violação de direitos e cobrar do comando da PM apuração rigorosa dos fatos e dos culpados”, completa o socialista.
Conforme relatos do líder religioso Amilton Costa, cinco policiais invadiram o terreiro e colocaram arma até no rosto de uma criança. “Tínhamos policiais civis já dentro da casa, conversando comigo, quando os policiais da Patamo (Companhia de Patrulhamento Tático Móvel) derrubaram a porta com armas em punho e gritando palavrões”, narrou Costa na reunião com os vereadores.
Deixe uma resposta